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A nossa querida Natércia (um beijão para ti, amiga) convidou-me a divulgar 7 grandes momentos da minha vida. Houve alguns alegres, outros mais tristes... Uma vida como qualquer outra, em suma.

1 - O dia em que comecei a andar no Jardim de Infância, que se chama "Ecole Maternelle" em francês. Foi nos arredores de Paris, com a minha amiga Leonor, que considero como uma irmã. As nossas famílias - a da Leonor era de origem minhota - moravam no mesmo prédio e fomos criadas juntas. Entramos as duas no pátio da escola de mão dada e ficamos impressionadas com o número de crianças e a confusão que lá reinava. Eu estava toda orgulhosa, mas a Leonor chorava imenso, apesar de eu tentar confortá-la do melhor que me o permitiam os meus quatro aninhos de idade...

2 - A primeira vez que vi o mar. Foi em Portugal, na Figueira da Foz, durante umas férias. Tinha pouco mais de 5 anos, mas nunca esquecerei aquele espéctaculo fascinante. O mar estava bravo e as ondas pareceram-me gigantestas. Lindo...!

3 - Numa vida, também há momentos tristes. O meu querido pai morreu quando eu tinha apenas 12 anos. Ele chamava-se Fernando e completava 36 anos de idade. Tive imensas dificuldades em ultrapassar aquele momento doloroso. O meu pai fez-me muita falta ao longo da vida. E continua a fazer.

4 - A descoberta do amor, aos 15 anos. O primeiro.

5 - A minha instalação em Portugal, no início de 1999. Durante toda a minha juventude, tinha acalentado o sonho louco de viver em Portugal um dia. E aconteceu, graças a um emprego interessante que me foi oferecido em Lisboa naquela altura. Desde então, nunca mais me apeteceu regressar à Paris. A não ser como turista...

6 - A minha primeira viagem à Timor Leste, quase logo à seguir ao referendo de Agosto de 2000. Durante anos, como activista, lutei na esperança de ver aquela terra livre. Foi quase como um sonho poder estar lá. Infelizmente, agora por outros motivos, o povo de Timor Leste continua a sofrer...

7 - O dia do meu casamento com o João Manuel. Aconteceu no Registo Civil de Vila Franca de Xira, em Novembro de 2000. Um casamento bastante informal... Eu usava um vestido chinês de seda vermelha com dragões dourados comprado em Singapura e o João Manuel, uma camisola de gola alta preta e um fato cinzento muito moderno. Comemoramos esse dia especial numa tasca lisboeta que ficava perto do hospital São José, com uma macheia (pequena) de amigos e familiares mais próximos, ao som do fado vadio genuíno cantado e tocado ao vivo.

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